terça-feira, 12 de junho de 2012

Nosso Patrono


Jaime Costa (1897/1967)



Biografia
Jaime Costa (Rio de Janeiro RJ 1897 - idem 1967). Um dos atores mais importantes da geração que ficou conhecida pelo nome do teatro que lhe deu abrigo - Trianon, Jaime Costa se especializa, como Procópio Ferreira e Alda Garrido, nos tipos característicos da comédia de costumes nacional.
Seu início na cena profissional é como cantor do teatro musicado. Depois de atuar na companhia de Eduardo Vieira, monta, ao lado de Leopoldo Fróes, uma companhia de operetas que se apresenta no Teatro Recreio. A convite de Oduvaldo Vianna, ingressa na companhia de comédias do Teatro Trianon, atuando em A Última Ilusão, do próprio Oduvaldo Vianna, 1923. Nasce, nesse início de século, um teatro inteiramente comercial, centrado na figura de um único ator, que encomenda o texto e o molda a seu gosto e às necessidades de produção. São comédias nacionais feitas às dúzias que permanecem em cartaz por uma ou duas semanas e logo são substituídas. Em menos de dois anos de Trianon, Jaime Costa atua em mais de vinte espetáculos. Quando a companhia se desfaz, monta seu próprio negócio e passa a viver de viagens pelas capitais e pelo interior até se instalar, no final dos anos 30, no Teatro Glória (na Cinelândia, centro da cidade, depois demolido), onde sua companhia se apresenta durante mais de uma década.
Apesar do caráter descartável que reveste o teatro dos anos 20 e 30, Jaime Costa realiza algumas interpretações memoráveis. D. João VI, em Carlota Joaquina, de Magalhães Jr., 1939, uma pitoresca criação típica do velho teatro, lhe vale a medalha de ouro da crítica carioca. Em uma rara e emocionante interpretação dramática em A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, com direção de Esther Leão, 1951, Jaime investe a interpretação do velho Willy Loman de uma palpitação humana pessoal, que, ao mesmo tempo que toca pela proximidade do real, toma a dimensão de uma dramaticidade pungente. O trabalho lhe confere medalha de ouro da crítica carioca. Como o pai beberrão de My Fair Lady, adaptação de Pigmalião, de Bernard Shaw, 1962, que vende a honra da filha e, a caminho do casamento, ensaia passos de music-hall, conquista três medalhas de ouro (Associação Brasileira dos Críticos Teatrais, Críticos Independentes e Associação Paulista dos Críticos Teatrais).
A montagem é a última grande realização de sua carreira, que começa a minguar lentamente, com a dispersão do público fiel e com o novo teatro, no qual o estilo da velha geração não tem lugar. Fiel à crença de seu tempo, o ator despreza a técnica e reveste sua atuação do "talento nato", um poder mágico inexplicável, como observa o crítico Décio de Almeida Prado: "Como intérprete, como artesão da arte de representar, nunca se aperfeiçoou - ao contrário de Procópio - e nunca precisou se aperfeiçoar para conquistar o público. Não só não sabia freqüentemente as falas, como respirava mal, encavalava as sílabas, tumultuava o ritmo da frase, caía na declamação quando desejava ser eloqüente. Mas estas imprecisões técnicas, imperdoáveis em qualquer outro, desapareciam diante da sua presença e da sua força de comunicação".1
Morre depois de uma apresentação de Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come  de Oduvaldo Vianna Filho, e Ferreira Gullar, sob a direção de Gianni Ratto, 1966, com o Grupo Opinião, em que representa o coronel nordestino junto a um dos grupos mais representativos no novo teatro e da nova safra da dramaturgia nacional.

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